sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lendas

O Primeiro Gaúcho
 
    Sérgio descobriu umas boleadeiras no galpão e mostrou a Carlinhos implicando:
- Já me informei; boleadeiras são um tipo de laço ou arma formadas por três cordinhas ou couro ligados entre si, tendo em cada ponta uma bla feita de pedras ou ferro e coberta com couro.
- Vai ver como acerto bem suas pernas!
    Carlos disparou e o amigo começou a girar as boleadeiras sobre a cabeça. Tia Regina viu a cena de longe e veio correndo e apitando.
- Pare! Isso é perigoso! Pare! - Sérgio parou e Carlinhos veio ao encontro da tia.
- Que brincadeira vocês arranjam!
- Vocês poderiam se machucar.
- Vou contar uma história:
    Os índios que habitavam esta região conheciam, não se sabe desde quando o uso da boleadeiras. Usavam- nas juntamente com pedras e lanças contra inimigos e também para caçar.
    Os índios examinavam o lugar onde se travara o combate, quando ouviam um gemido, havia alguém vivo.
    Os índios não matavam doentes e nem feridos, esperavam melhorar para então sacrificá- los.
    Certa vez, alguns índios pegaram um prisioneiro e o amarram fortementeno tronco. A filha do chefe, Imimbui defendia o prisioneiro. Ela saiu e foi conversar com os outros chefes, disse- lhes que o moço era dotado de um coração e que havia feito tudo por influência dos companheiros.
    No conselho, os chefes discutiram e resolveram soltá- lo. Quando solto disse: Estou livre!!
- Não, serás meu noivo!
- Pouco tempo depois realizou- se o casamanto.
    Com seu modo de pensar de homem civilizado mudou o hábito daquela gente. A terra dos índios passou por grandes transformações, viraramlavouras, campos com gado... Rodrigo foi o primeiro gaúcho e seus descendentes herdaram o amor, a música a terra e o progresso.
 
 
 
    Lenda da Erva Mate

    Numa  tribo de  índios Guarani, vivia um velho guerreiro chamado Nhandubaí, que não podia mais caçar nem guerrear, devido a sua avançada idade.
    Como de tempos em tempo se esgotava o Húmus da terra, a tribo tinha que se deslocar para longe em busca de outros matos.
    Um dia, a tribo partiu e Nhandubaí sentiu- se sem forças para acompanhá- los, mais uma de suas filhas de nome Yari, não teve coragem de deixá- lo sozinho e abandonado, ficaram pai e filha morando no rancho e o tornaram um local de hospitalidade para os viajantes que apareciam de vez em quando.
    Um dia, apareceu um estranho guerreiro vindo de muito longe, pedidndo pousada. Dias após, o viajante que ficara muito amigo do velho índio, contou que era um enviado de Tupã ( Deus). E entregou para o velho índio e sua filha uma mudinha de planta como recompensa pela hospitalidade:
    - Quando esta árvore chamada "CÁÁ" crescer, peguem os galhos e passem as folhas no fogo sapecando, depois, quebrem- as em pedacinhos, ponham num porongo , derramem água quente e bebam.
    Dito isso, partiu. Quando Nhandubaí experimentou a bebida, como por milagre, foi recuperando o ânimo e a energia que lhe faltava. Assim, ele e Yari seguram viagem ao encontro de sua gente. A planta que levaram se esparramou pelos matos, e o costume de bebê- la tornou- se hábito no dia- a- dia da gente guarani.
    "CAA- I" assim passaram a chamar a bebida que dava energia e alegria de viver, a bebida da hospitalidade tornou- se a melhor companhia, mesmo nos momentos de solidão, e para a árvore- erveira deram um nome que  relembrasse para sempre.
    O bom coração de Yari: "CAÁ - Yari".
    E
assim, surgiu o chimarrão, essa saborosa bebida feita de folhas de erva- mate.

Negrinho do Pastoreio
      No tempo dos escravos, havia um estancieiro muito ruim, que levava tudo por diante, a grito e a relho. Naqueles fins de mundo, fazia o que bem entendia, sem dar satisfação a ninguém.
    Entre os escravos da estância, havia um negrinho, encarregado do pastoreio de alguns animais, coisa muito comum nos tempos em que os campos de estância não conheciam cerca de arame; quando muito alguma cerca de pedra erguida pelos próprios escravos, que não podiam ficar parados, para não pensar bobagem... No mais, os limites dos campos eram aqueles colocados por Deus Nosso Senhor: rios, cerros, lagoas.
    Pois de uma feita o pobre negrinho, que já vivia as maiores judiarias às mãos do patrão, perdeu um animal no pastoreio. Prá quê! Apanhou uma barbaridade atado a um palanque e depois, cai-caindo, ainda foi mandado procurar o animal extraviado. Como a noite vinha chegando, ele agarrou um toquinho de vela e uns avios de fogo, com fumo e tudo e saiu campeando. Mas nada! O toquinho acabou, o dia veio chegando e ele teve que voltar para a estância.
    Então foi outra vez atado ao palanque e desta vez apanhou tanto que morreu, ou pareceu morrer. Vai daí, o patrão mandou abrir a "panela" de um formigueiro e atirar lá dentro, de qualquer jeito, o pequeno corpo do negrinho, todo lanhado de laçaço e banhando em sangue.
    No outro dia, o patrão foi com a peonada e os escravos ver o formigueiro. Qual não é a sua surpresa ao ver o negrinho do pastoreio vivo e contente, ao lado do animal perdido.
    Desde aí o Negrinho do Pastoreio ficou sendo o achador das coisas extraviadas. E não cobra muito: basta acender um toquinho de vela ou atirar num cano qualquer naco de fumo. 



   Boitatá
Há muito tempo atrás , uma noite se prorrogou muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia.Uma noite escura como breu, sem estrelas, sem vento, e sem barulho dos bichos da florestas ,um grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa, a comida começava a faltar, a lenha para manter o fogão a cesso começava a faltar, os braseiros se apagando e era preciso poupar a lenha..
    Naquela escuridão fechada era impossível, até para os mais experientes dos homens criados na floresta conseguir caminhar por ela.
    A noite seguia sem ir embora.Na escuridão não se ouvia nada apenas um único canto ainda resistia era só o do Quero-Quero(espécie de Gavião),que de vez em quando cantava.Fora este pássaro, o silêncio predominava na aquela noite sem fim.
    Os dias passando e começou a chover muito, os campos foram sendo inundados , as lagoas não mais suportavam a capacidade de água e transbordaram inundando tudo, apenas uma pequenas coroas(pequena porção de arreia que permanece no rio, semelhante a uma ilha)restaram .Muitos animais foram morrendo.
    E uma grande cobra que vivia em repouso despertou, com fome, e passou a se alimentar dos olhos animais mortos,e a água foi baixando,e a cada hora mais olhos a cobra grande comia.
    E a cada olho que a cobra comia ficava com um pouco da luz do ultimo dia que os bichos tinham visto no último dia de sol, antes da noite grande que caiu.
E devido a tanta luz que tinha ingerido, o seu corpo foi ficando transparente.
    A grande cobra já era vista e temida na região bem antes de se tornar a terrível boitatá, quando a virão depois do acontecimento da noite não a conheceram mais e julgando que era outra, chamam-na, desde então, de boitatá.E muitas vezes a boitatá rondou as rancheiras, faminta .
E os homens, por curiosos,e com bastante medo olhavam pasmados, para aquele grande serpente, transparente clareando por onde passava.
    Com o passar de algum tempo, a grande cobra temida por todos a boitatá morreu de fraqueza, porque os olhos comidos encheram-lhe o corpo mas não lhe deram sustância.E foi então que a luz que estava presa escapou e o sol apareceu de novo,foi aparecendo devagar,primeiro clareando,sumindo as estrelas com o clarear, os raios foram a parecendo, em fim a bola de fogo surgiu no céu ,era o Sol que voltava a cumprir sua função de fazer o dia.






A moça do cemitério


    Em Porto Alegre, num ponto de taxi que fica na rua Otto Niemayer, esquina Cavalhada, às vezes aparece uma moça loira, lindíssima, usando sempre um vestido vermelho, muito bonito e chamativo. E sempre à noite. Ela toma um taxi e manda tocar para um lugar qualquer que passe pelo cemitério da Vila Nova mas, ao passar por este, ela simplesmente desaparece! Vários motoristas porto-alegrenses, muitos dos quais vivos até hoje, transportaram a moça-fantasma e repetem a mesma história.


Lobisomem do Cemitério

    Aproximadamente na década de 70, na rua 2 de Novembro, onde até hoje se encontra o Cemitério Católico da cidade de Rio Grande, atuava o famoso “Lobisomem do Cemitério”.
    Pessoas que passavam tarde da noite por ali diziam que um estranho bicho aparecia sempre a meia noite. Assim que alguém passava, ele pulava do alto muro do cemitério e assustava as pessoas. Os que eram assustados por ele, revelavam que o bicho era meio homem meio animal. Foi a partir desse depoimento que as pessoas começaram a acreditar que se tratava de um lobisomem. Notaram também que o bicho uivava quando agia.
    Mas o segurança da Viação Férrea (que ficava em frente ao Cemitério) não acreditava no que estava acontecendo. Então ele resolveu vigiar uma noite inteira o cemitério para ver se o que falavam era verídico. Assim que deu meia noite em seu relógio ele ficou mais atento em tudo que estava em sua volta. Foi aí que ele ouviu um uivo muito alto, no instante uma senhora passava pela frente do cemitério (uma mendiga), e o lobisomem saia do muro. O segurança começou a atirar, e o lobisomem saiu em disparada.
    Desse dia em diante nunca mais se ouviu falar nele, mas nada dura para sempre, a qualquer momento pode aparecer um para voltar a assustar a cidade.
    Pessoas que passavam tarde da noite por ali diziam que um estranho bicho aparecia sempre a meia noite. Assim que alguém passava, ele pulava do alto muro do cemitério e assustava as pessoas. Os que eram assustados por ele, revelavam que o bicho era meio homem meio animal. Foi a partir desse depoimento que as pessoas começaram a acreditar que se tratava de um lobisomem. Notaram também que o bicho uivava quando agia.
    Mas o segurança da Viação Férrea (que ficava em frente ao Cemitério) não acreditava no que estava acontecendo. Então ele resolveu vigiar uma noite inteira o cemitério para ver se o que falavam era verídico. Assim que deu meia noite em seu relógio ele ficou mais atento em tudo que estava em sua volta. Foi aí que ele ouviu um uivo muito alto, no instante uma senhora passava pela frente do cemitério (uma mendiga), e o lobisomem saia do muro. O segurança começou a atirar, e o lobisomem saiu em disparada.
    Desse dia em diante nunca mais se ouviu falar nele, mas nada dura para sempre, a qualquer momento pode aparecer um para voltar a assustar a cidade.
Referências: > MEGALE, Nilza B. "Folclore Brasileiro"
Lessa, Barbosa. "Lendas, Contos e Mitos".

> http://www.lendas-gauchas.radar-rs.com.br
> http://www.paginadogaucho.com.br

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