sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os Símbolos Ecológicos e Civis do Rio Grande do Sul


Flor-símbolo: “Brinco-de-princesa” 

Por intermédio do Decreto nº 38.400, de 16 de abril de 1998, instituiu-se como Flor-símbolo do Estado do Rio Grande do Sul, a espécie “Brinco-de-princesa”, Fuchsia regia (Vell.) Munz, da família Onagraceae.
     A família botânica das Onagráceas é originária da América Central, e no Rio Grande do Sul, ocorre nas regiões mais altas, no Noroeste do Estado.
     A indicação da Fuchsia regia como flor-símbolo, foi devido o seu aspecto de grande beleza, facilidade de cultivo e potencial paisagístico.
As flores “brincos-de-princesa”, em sua grande maioria, cultivadas como plantas ornamentais, são híbridas, e que se contam hoje aos milhares.
     Caracterizam-se por serem arbustos de folhas ovais ou lanceoladas (forma de lança), algo denteada (de bordos com entalhes perpendiculares a linha do comprimento), opostas, caules flexíveis, que lignificam ao passar do tempo. As flores são axilares isoladas, mas abundantes: cálice tubular dividido em quatro sépalas e corola com quatro pétalas de cores vermelho-arroxeadas, envolvendo a corola roxo-violeta.
     São cultivadas a pleno sol ou à meia-sombra, geralmente como plantas isolada, apoiado em grades, colunas e postes ou em vasos e jardineiras, como plantas pendentes. Destacam-se por se adaptar a climas frios e a tolerar geadas. As flores são muito visitadas por beija-flores.
     Multiplicam-se facilmente por estaquia, principalmente quando preparadas nos meses de verão e colocadas para o enraizamento dentro de estufas. Requerem solos com bom teor de matéria-orgânica.
Entre as espécies naturais do Brasil, além de Fuchsia regia, figuram: F. petiolaris, F. glazioviana, F. mollis, F. pubescens, e a trepadeira F. integrifolia, que chega atingir 10 metros de altura.
     De todas as espécies citadas, a mais surpreendente provavelmente seja a Fuchsia exorticata, da Nova Zelândia, que chega alcançar 15 metros de altura.
 
DEC:   38.400
DECRETO N° 38.400, DE 16 DE ABRIL DE 1998.
Institui a Flor Símbolo do Estado do Rio Grande do Sul.
    O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 82, inciso V, da Constituição do Estado,
    DECRETO:
 
 Art. 1° - É instituída como Flor Símbolo do Estado do Rio Grande do Sul a espécie Brinco-de-Princesa, "Fuchsia Regia (Vell.) Munz", da Família ONAGRACEAE.
 
 Art. 2° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
 
 Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 16 de abril de 1998.





Ave-símbolo: "Quero-quero"

Pela Lei n 7.418, de 1º de dezembro de 1980, o Estado do Rio Grande do Sul instituiu, como sua Ave-símbolo, o Quero-Quero, cujo nome científico é Venellus chilensis. Popularmente, também é conhecido como “térem-terém”, ou “téu-téu”.
     O quero-quero tem voz extremamente estridente. Adota, às vezes, a tática de pescar, semelhante a certas garças, espantando larvas de insetos e peixinhos ocultos na lama, mexendo rapidamente um pé. É comum em todo o folclore brasileiro, de Norte a Sul, participar de cantos, estórias, tradições. Também é cantado e citado em poemas regionais do Rio Grande do Sul.
  Rui Barbosa, em 1914, incluiu-o num discurso célebre pela vivacidade maliciosa e originalidade da sátira. Evocou a “figura imperatória do quero-quero, o chantecler dos potreiros. Este pássaro curioso, a que a natureza concedeu o penacho da garça real, o vôo do corvo e a laringe do gato, tem o dom de encher os descampados e sangas das macegas e canhadas com o grito estrídulo, rechinante, profundo, onde o gaúcho descobriu a fidelíssima onomatopéia que o batiza”.
  Ave tradicional dos campos gaúchos, com o chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem, o penacho na cabeça com cauda branca e os olhos vermelhos. O quero-quero é facilmente encontrado em todas as estações do ano, em qualquer parte do Estado onde existe um pedaço pequeno de seu habitat preferido, o campo.
  Vive em casais e a fêmea normalmente põe de três a quatro ovos em campo aberto. O casal defende rigorosamente seu território de criação, com vôos rasantes, atacando os intrusos. Possui um esporão pontudo, ósseo, no encontro da asa e que pode ser usado para a sua defesa.
  Vê-lo cruzando no céu ou ouvi-lo cantando ao longe é como receber boas-vindas por estar no RS. Chamado de “Sentinela dos Pampas”, está sempre em alerta, noite e dia, dando sinais a grande distância de quem se aproxima.
 
Lei: 7.418
 
LEI Nº 7.418, DE 1º DE DEZEMBRO DE 1980.
 
    Institui como Ave-Símbolo do Rio Grande do Sul o Quero-Quero, Belonopterus Cayennensis.
    JOSÉ AUGUSTO AMARAL DE SOUZA, Governador do Estado do Rio Grande do Sul.
    Faço saber, em cumprimento ao disposto no art. 66, item IV, da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:
 Art. 1º - É consagrada como ave-símbolo do Estado do Rio Grande do Sul a ave "Belonopterus Cayennesis", predominante nos campos gaúchos e popularmente conhecida como "Quero-Quero".
 Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
 Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 1º de dezembro de 1980.
 
 
 


Cavalo Crioulo

Rústico, resistente e versátil. O cavalo Crioulo reúne estas características tão cobiçadas pelos criadores depois de mais de 400 anos de seleção natural em pastagens escassas, temperaturas extremas, caminhos trágicos de feridas e sede.Inspira sentimentos traduzidos em canções, poesias, pinturas e esculturas.
    O símbolo do Rio Grande é sinônimo de companheirismo e devoção, alimentados por séculos de interdependência.
    Sempre fiel, foi o guerreiro dos índios, garantiu a sobrevivência, auxiliando na busca do alimento e servindo como arma tamanha força e valentia em guerras e batalhas travadas pela História. E foi esta coragem e habilidade que concretizou o sonho de liberdade, independência e mantém registrada a imagem do herói Sepé Tiaraju empunhando uma lança, montado em seu cavalo Crioulo.
    Hoje, mesmo com o avanço tecnológico, o cavalo ainda não pode ser substituído por máquinas nas lidas de campo. Talvez, porque no pensamento mais profundo, o homem não queira perder este, muitas vezes, membro da família, outras tantas, amigo - como se pode sintetizar esta relação de afeto entre o gaúcho e seu cavalo
 
Habilidade à prova
    A peculiar funcionalidade da raça motivou a realização de provas que demonstrassem esta habilidade. Em 1977, foi realizada então a 1ª Exposição Funcional de Jaguarão, através da qual os criadores perceberam a importâncias destas provas para a evolução da raça. O sucesso foi crescente e, em 1980, atraiu inclusive o presidente da República, general João Batista Figueiredo.
    Mas foi em 1982, quando a ABCCC completava 50 anos, que o presidente da entidade, Gilberto Azambuja Centeno, oficializou o Freio de Ouro como a prova campeira realizada durante a Expointer. Jaguarão passou a ser uma etapa classificatória, assim como Bagé, Pelotas e Uruguaiana. Hoje já foram inúmeras as alterações que o Freio de Ouro sofreu, começando pelo nome que levou o batismo de “Flavio e Roberto Bastos Tellechea”, irmãos e incentivadores da raça crioula. As quatro etapas classificatórias tornaram-se 30 fases credenciadoras, seis classificatórias no Rio Grande do Sul, uma em São Paulo, Paraná ou Santa Catarina, além da internacional no Uruguai e Argentina A grande final acontece sempre em Esteio, na Expointer. A partir de 1994, foram criadas categorias de machos e fêmeas.
    Outras modalidades também foram desenvolvidas no decorrer dos anos. O tiro-de-laço, a paleteada, os enduros, as rédeas e as cavalgadas reúnem milhares de pessoas, movimentam a economia do Estado e difundem a raça por todo o mundo. Hoje o cavalo Crioulo abriu as porteiras e entrou nas cidades.
    A paixão pela docilidade incentivou a abertura de hotelarias, permitindo que os moradores de grandes centros urbanos mantenham seus animais cuidados e para cavalgarem nos finais de semana.
    A criação por lazer, muitas vezes, dá vazão ao esporte eqüestre e à participação em provas profissionais.
    A capacidade de congregar pessoas e de preservar as tradições gaúchas são dois importantes atrativos do universo do Crioulo.
    Em agosto de 2002, esta relação de amor foi homenageada pela Assembléia Legislativa do RS. Esta foi a data de aprovação do projeto nº 59/2001, de autoria do presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, deputado Frederico Antunes, que institui o crioulo como animal símbolo do Rio Grande do Sul.



 
O Mate - Chimarrão
 
    A importância do mate na formação do Gaúcho foi além do aspecto econômico, pelo seu uso generalizado tornou-se tradicional.
    A erva-mate (ilex paraguaiensis ilex-mate) é uma planta nativa do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, e Paraguai.
     O uso de erva-mate remonta aos índios guaranis que habitavam este território. Segundo várias fontes históricas, inicialmente o mate era usado somente pelo feiticeiro ou pajé que recebia inspiração e proteção, atribuindo seu uso à Tupã (Deus do Trovão) que transmitia suas virtudes através dela.
     Para tomar mate, o guarani usava o porongo, fruto de uma planta rasteira. Esse porongo, depois de seco e cortado fornecia um recipiente, chamado em guarani caígua, isto é, caa (erva), i (água) e guá (recipiente). A água era servida através de um canudo de taquara chamado tacuápi: tacuá (cana oca), api (lisa ou alisada). Este canudo apresentava na base inferior um detalhado trançado de fibras, o bojo, impedindo que as partículas da folha (erva) fossem ingeridas; era o protótipo da bomba.
    A cambona ou chaleira era chamada itacuguá: i (água), tacu (quente) e guá (recipiente), recipiente para água quente, que era de cerâmica, onde colocavam água e esquentavam colocando pedrinhas retiradas do fogo.
Alguns historiadores atribuem a torrefação da erva-mate (barbaquá), aos jesuítas.
    O mate logo passou dos índios para os conquistadores, e daí para os mestiços, crioulos, negros, açorianos e colônias de imigrantes, atravessando o tempo como algo valiosíssimo, conservando suas caracteríticas e confirmando a tradição popular até nossos dias.
    O mate também simbolizou, ao longo dos séculos, a hospitalidade do gaúcho, que é uma das marcas tradicionais do nosso povo. 
 
 
 Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
   Sistema LEGIS - Texto da Norma  LEI:   7.439
                             LEI Nº 7.439, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1980.

   Institui a Erva-Mate "Ilex Paraquariensis" como a Árvore Símbolo do RS.
   JOSÉ AUGUSTO AMARAL DE SOUZA, Governador do Estado do Rio Grande do Sul.

   Faço saber em cumprimento ao disposto no artigo 66, item IV, da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

Art. 1º - É consagrada como símbolo do Estado do Rio Grande do Sul a Erva-Mate "Ilex Paraquariensis".

Art. 2º - Fica instituída a "Semana Estadual da Erva-Mate", a ser comemorada, anualmente, na segunda semana do mês de setembro.

Art. 3º - As comemorações de caráter cívico-cultural e popular serão organizadas pelas Secretarias de Estado da Agricultura, de Educação e de Cultura, Desporto e Turismo, através de Comissão Especial designada, anualmente, pelos respectivos titulares, para tal fim.

Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

             PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 8 de dezembro de 1980.

Referências: 
  > http://www.estado.rs.gov.br/
  > http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_estado_do_Rio_Grande_do_Sul
 > http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o_do_estado_do_Rio_Grande_do_Sul
 > http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arvores/arvores-erva-mate.php
 >  http://www.paginadogaucho.com.br/chim/simbolo.htm
 > http://farm4.static.flickr.com/3356/3435374549_8c471238d1.j
 > http://floresderaff.org.ar/contenidos/img/brasileras/8_Brinco_de_princesa_rosa4.jpg
 > http://www.1rtrs.com.br/Links/culturais/simbolos/BRINCO%20DE%20PRINCESA.htm
 > http://www.vivernocampo.com.br/IMG_0198_tratada_baixa.jpg
 > http://cantogauderio.com.br/Historia/Cavalo_Crioulo.htm

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